Provisoriamente não cantaremos o amor

Que se refugiou

Mais abaixo dos subterrâneos

 

Cantaremos o medo que esteriliza os abraços

Não cantaremos o ódio

Porque esse não existe

 

Existe apenas o medo

E o ódio não existe

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Existe apenas o medo

Nosso pai, nosso companheiro

 

Mas cantaremos o medo dos ditadores

Cantaremos o medo dos democratas

Cantaremos o medo da morte

E o medo de depois da morte

Depois morreremos e medo

 

Existe apenas o medo

O medo grande dos sertões, dos mares dos desertos

Existe apenas o medo

O medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas

 

Existe apenas o medo

E o ódio não existe

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E sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas